quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

COMO TUDO COMEÇOU - CAPÍTULO 6 -

Boa noite.

Vamos lá...

Chega novembro de 1995 e com ele, a decepção com o resultado auferido do primeiro mês de funcionamento do Disk - café.

O volume de tráfego nas linhas e por tabela, o respectivo faturamento me deram um grande "banho de água fria ".

Porém, na minha visão, " banho de água fria ", tem duas interpretações: A primeira, desânimo e a segunda, "choque de realidade" para que as rédeas do emocional continuassem firmes e seguras.

Atitudes rápidas e determinadas eram necessárias neste momento para não se permitir que o "barco das emoções" fosse a pique antes de sair do porto.

Como dizem: " Missão dada é missão cumprida ".

Tinha uma missão e uma certeza, iria mudar o negócio café e um erro não seria capaz de tirar meu foco. Tinha que encontrar o problema que ocasionou toda a minha frustação.

Pensei, tive uma idéia e fiz um simples teste.

Solicitei alguns amigos do interior que fizessem ligações para o Disk-Café para que pudesse verificar se a ligação iria ou não ser completada pelo sistema.

Selecionei 6 cidades: Sul, Norte, Noroeste e Leste do ES.
Todas as ligações sem excessão, tiveram a mesma resposta:
" O número discado não existe ".
Fui pego de surpresa com o resultado. Porém, matei a charada de pronto.

Não havia erro na concepção da idéia, existia sim um problema operacional dentro da Telest, já que as ligações do interior não estavam aptas a realizar o procedimento.

Resumindo, meu público alvo não conseguia ter a informação pelo simples fato de não haver naquele momento vivido no interior do ES, adequação telefônica, para acessar o serviço.

Ai, vocês podem pensar...
Poxa Marcus ai fica fácil, é só adequar e o problema estará tudo solucionado.

Em tese seria fácil mas na teoria, quase impossível.

Fui no dia seguinte a Telest conversar com os engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento para que juntos, pudessemos achar uma solução.

De imediato fui informado que as centrais telefônicas no interior do Estado do ES eram analógicas e pontuais em algunas cidades.
Exemplo: A ligação de uma cidade X para chegar em Vitória teria que passar por um trono numa cidade Y para depois cair no seu destino final.
E com detalhe, para acessar o serviço contrato as ligações teriam que ser encaminhadas por uma central digital já que as caixas postais, serviço spm, eram de última geração.

LEMBRANDO A TODOS, QUE ESTAMOS NARRANDO UMA HISTÓRIA REAL VIVIDA EM 1995/1996.

Mudar as plataformas de analógicas para digitais afim de dar liquidez a minha ideia, parecia um sonho.

Mas para mim, sonho sempre foi sinônimo de oportunidade de se materializar conceitos e idéias.

Olha, foram meses de luta, trabalho, convencimento junto a Telest de que o serviço proposto, Disk café, era importante já que iria resgatar uma grande parcela do mundo produtivo, totalmente órfão de informação séria, justa e atualizada.

O discurso era único, precisaríamos ajustar as tecnologias e os investimentos para que o serviço realmente funcionasse a contento.

Foram passando semanas, meses...tempos duros e de muito trabalho.
Me lembro bem, tive que testar ligações de todos os 78 municípios do ES para ver se as ligações passavam pelos troncos e com qual velocidade. Reportava, dia a dia, as novas informações obtidas aos engenheiros da Telest, que diga-se de passagem eram cordiais, e sempre buscavam fazer os ajustes que eram possíveis ser feitos, dentro da realidade vivida naquele momento no ES.

A minha sorte foi que a grande maioria dos envolvidos nesta rotina, tinha " comprado a idéia ".
Inclusive, fazendo uma pequena pausa nesta narrativa, gostaria de poder agradecer um a um, principalmente, ao incansável Daniel que nunca perdeu a paciência em escutar minhas queixas e sempre dava encaminhamento as minhas demandas.

Olha, hoje posso afirmar, que além de criar um conceito novo no negócio café, fui peça chave ou mola propulsora para o progresso da telefonia aqui no ES.
Se não houvesse minha insistência e crença nas minhas idéias o progresso tecnológico na área da telefonia, teria demorado mais tempo para chegar por aqui.

Dentro deste cenário turbulento, tive que adequar as mídias contratadas para a nova realidade e ir fazendo ajustes finos, região a região, na medida que as demandas iam crescendo.

O negócio foi ganhando corpo e os anos passando...

Chegamos a ter 4 serviços 900 que eram chamados de Disk café, Disk Cacau, Disk Boi e por fim, o Disk Investimentos.

Só quem viveu o que eu vivi, pode falar o que estou falando sem medo de errar ou macular situações e pessoas.

É por isso, que resolvi narrar neste blog o que denominei da SAGA de Marcus Magalhães.

Mas continuem por perto, pois esta HISTÓRIA está apenas no começo.

Um abraço e até o próximo
Marcus Magalhães

2 comentários:

  1. Marquinho,

    Posso lhe chamar assim, pois lendo a "Saga de Marcus Magalhães", estou não só voltando àqueles duros tempos de sua caminhada no meio das comunicações, como também me sentindo um grande amigo que torcia por vocês, inclusive indo todos os dias no seu escritorio. Parabéns, e pense em um livro para o futuro. Você tem talento, mas um livro que não seja técnico, mas sim uma história do mercado de informações agropecuarias, notadamente o café e suas histórias nestes últimos 25 anos.
    Abraços, e

    bons negocios como você diz.

    Sávio

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  2. Savio, obrigado pelo comentário.
    Começamos esta história quase que juntos já que você foi quem nos empurrou para este mundo da informação.
    A idéia do livro já esta sendo amadurecida.
    Este blog e as situações aqui inseridas já são parte desta possível entrada no mundo editorial.
    um abraço e fique por perto já que ainda tenho muito o que contar.
    Marcus Magalhães

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