sábado, 10 de dezembro de 2011

CCCV AO LADO DO PRODUTOR

Boa noite

Hoje vou falar de uma experiência gratificante.
Participei no final do dia da entrega de diplomas de mais um curso de degustação e classificação de café apoiado pelo CCCV - Centro do Comércio do café de Vitória -

Mais 13 alunos do interior foram capacitados para difundir conceitos, técnicas de classificação e degustação e por fim, tiveram uma noção de como se ter uma boa conduta no negócio café.

Olha... se lermos esta notícia de forma fria, não encontraríamos nada de grande novidade, correto? Porém, este resgate do CCCV de levar conhecimento ao campo foi de vital importância.
Na minha visão, não era plausível o ES, segundo maior produtor de café do Brasil, o primeiro de conilon, não ter um centro de excelência na transferência de conhecimento ao interior.

Sempre bato numa tecla de que não se pode apenas pensar em produzir se não tivermos a noção do todo ou pelo menos, de classificação da produção rural, antes dela sair da porteira da propriedade.

Esta situação de "feudalismo comercial" onde se entende de que quem coloca preço e dita a qualidade do produto é o comprador, tem que mudar ou pelo menos, chegar a um equilíbrio.

Os negócios sadios são aqueles onde as partes tem o conhecimento necessário para se chegar a um acordo comercial que satisfaça e remunere todos os envolvidos.
Negócio bom é aquele que é bom para ambas as partes.

E isso não vale apenas para o café, mas para toda a cadeia de commodities que é vendida sem valor agregado.
O ideal seria, se conseguíssemos mudar o jargão popular do mercado que diz " em commodities os produtores não vendem, são sempre comprados pelo mercado.

E olha, são coisas bem diferentes. Vender e ser comprado.

Detalhe, isso vale do café ao minério de ferro.
E sinceramente, eu acho, um grande absurdo.

No evento de hoje, tive a oportunidade de me pronunciar e fui bem claro aos alunos. Disse que teriam como dever de casa a obrigação de disseminar seus conhecimentos em seus municípios porque a velha situação de que " vamos produzir qualquer café, para vender por qualquer preço e para qualquer um " já faz parte do passado.

Hoje o interior que produz tem que pensar nos 3Qs
Qualidade do produto, Qualidade de vida através de uma agricultura sustentável e por fim, a Qualidade fiscal das operações.

Não adianta produzir bem, ter qualidade de vida e na hora de vender, não saber discernir o certo do errado, para depois se arrepender.

No mundo do futuro não haverá espaço mercadológico se na cadeia produtiva, independente de qual produto for, não tiver esta sucessão de Qs.

Vamos sempre lembrar disso, OK

Parabéns a todos envolvidos e espero sinceramente, que esta transferência de informação ao interior continue para que se possa lentamente saciar de cultura e conhecimento nosso imenso e desigual mundo produtivo.

Na semana que vem vou postar fotos dos alunos formandos e da confraternização ocorrida.

Um abraço
Marcus Magalhães

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