terça-feira, 30 de julho de 2013

Entrevista Marcus Magalhães

15.07.2013 - 10:14 Em sintonia com a cafeicultura Os mercados consumidores que mais crescem no mundo são os asiáticos, onde o consumo de café solúvel e o famoso 3 em 1vem puxando o aumento da demanda do robusta/conilon. É o que argumenta e esclarece em detalhes Marcus Magalhães, sócio proprietário da Maros Corretora, presidente do Sindicato dos Corretores de Café do Espírito Santo (SCCES) e diretor financeiro do Fecomércio ES. Na área de transferência de informações do mundo cafeeiro, é provedor de conteúdo do Conselho Nacional do Café (CNC), site Café Point, analista da rádio CBN Vitória e mais recentemente, responsável pelo blog do Café da Gazeta Online da Rede Gazeta (ES). Leia. ProCampo - Qual o objetivo da Maros Corretora? Marcus Magalhães - A Maros Corretora é uma empresa especializada em corretagem e consultoria da área cafeeira desde 1989, com sede em Vitória (ES). ProCampo - Qual é a realidade e as perspectivas do agronegócio capixaba à cafeicultura de conilon? Marcus Magalhães - O estado do Espírito Santo tem sido um grande "player" produtivo da qualidade conilon e isso vem dando uma vantagem mercadológica muito grande ao segmento, já que o horizonte para a qualidade, é o melhor possível dentro de um universo de curto, médio e longo prazo. As demandas internacionais vem crescendo de forma sustentável e projeta para o setor, um futuro desafiador no que se refere a produções e abastecimentos globais. As expectativas dos grandes operadores internacionais envolvidos na rotina cafeeira é que o mundo demandará em 2020 um volume de 160 milhões de sacas de café onde o percentual do robusta/conilon deverá ser de 50%. Atualmente o mundo consome 144,2 milhões de sacas com um total de conilon que orbita ao redor de 30 a 40%. Os mercados consumidores que mais crescem no mundo são os asiáticos onde o consumo do café solúvel e o famoso por 3 em 1 vem puxando o aumento da demanda do robusta/conilon. Como curiosidade, o 3 em 1 é um produto instantâneo composto de leite, café solúvel e açúcar. Resultado, dentro desta visão, o mundo precisará de 80 milhões de sacas de conilon/robusta para abastecer as necessidades dentro de um universo de 7 anos. Vale ressaltar, que o mundo hoje não produz 60% desta meta o que deixa o setor com a responsabilidade produtiva inquestionável. ProCampo - Qual é a participação do Espírito Santo neste cenário? Marcus Magalhães - O mundo produtivo tem hoje grandes operadores produtivos do conilon: o Vietnã com 25 milhões de sacas, o Brasil com 13 milhões de sacas e a Indonésia com 7 milhões de sacas. Estes 3 grandes operadores, são responsáveis hoje por quase 70% de toda a produção mundial do conilon. Dentro deste cenário, o mundo produtivo tem desafios mas o mundo consumidor, tem outros ainda maiores. O mundo consumidor não pode impor as origens produtoras a responsabilidade produtiva se o mercado não der a reciprocidade financeira para a operação. Como já disse, ninguém produz café por hobby ou esporte, ou seja, o setor precisa ter preços convidativos se o mundo quiser ter seu abastecimento sendo feito sem grandes traumas. Outro ponto que vale a menção é que o Brasil, mais precisamente o Espírito Santo, sai na dianteira deste processo já que nossos concorrentes internacionais não tem fôlego nem desenvolvimento em biotecnologia suficientes para conseguir mais produção por área plantada. Partindo deste princípio, o Espírito Santo esta com a faca e o queijo na mão para sair na vanguarda deste processo de universialização do café conilon. Outro ponto que gostaria de abordar nesta entrevista, é a minha teoria dos Qs Quando analiso o agronegócio como um todo, gosto de frisar a teoria dos Qs. Q de qualidade! Porém, a qualidade não pode nem deve ficar restrita a qualidade do produto. Temos que ter em mente que a qualidade também precisa estar presente na qualidade de vida do produtor através de sustentabilidade e principalmente, no Q da qualidade fiscal das operações. Hoje, este é um ponto muito importante já que os envolvidos na rotina cafeeira estão exigindo de forma notória este Q. Quanto maior for o operador envolvido, maior será a exigência do Q da qualidade Fiscal das operações. Isso sem contar, que o seu município, estado e nação precisam da qualidade fiscal das operações para poderem nos dar em retorno tudo aquilo que exigimos enquanto obrigação pública. Temos que fazer a nossa parte e depois, exigir que os governantes façam a deles. ProCampo - Que mensagem o senhor gostaria de deixar a todos os cafeicultores capixabas? Marcus Magalhães - Este ano a safra traz grandes dúvidas e desafios a todos os envolvidos com relação a preços, clima, tendência e exigências de todas as ordens e classes. Um setor forte se faz com pessoas unidas e focadas dentro de um mesmo objetivo. Vamos junto trabalhar olhando para o horizonte, brigando por nossos direitos que com certeza, sairemos vitoriosos desta viagem mágica e desafiadora que é o mercado cafeeiro. O setor café pode contar comigo pois sempre estou e estarei ao seu lado levando informação, um palavra de apoio e principalmente, cobrando através dos meus conhecimentos e contatos, um futuro mais promissor e justo para todos vocês. Entrevista publicada na 44ª edição (Jun/Jul 2013) da revista ProCampo. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos editores ou do entrevistado.

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