quarta-feira, 23 de maio de 2012

BOATOS CHINES DE CALOTE ASSUSTA MERCADO

Commodities: Boato de calote chinês e fundamentos derrubam matérias-primas agrícolas Mariana Caetano São Paulo O dólar valorizado ante uma cesta de moedas e a continuidade da crise na zona do euro ainda exercem pressão sobre as commodities, mas não foram o foco do mercado hoje. O dia começou com um boato de que a China teria dado calote em contratos de importação de soja e algodão, o que assustou os investidores e colaborou para derrubar os preços das matérias-primas agrícolas. Na bolsa de Chicago, os contratos de soja com vencimento em julho fecharam em queda de 30,25 centavos, a US$ 13,8225 por bushel. “Não duvido que a China tenha plantado o boato propositalmente, para amenizar os preços e entrar comprando daqui um tempo, sem a pressão de alta que temos desde o início do ano”, avalia Pedro Dejneka, analista da Futures International, em Chicago. Além disso, o país asiático anunciou recentemente a liberação de parte de suas reservas de soja para aliviar os preços no mercado interno, o que indica que a demanda imediata do país não será tão agressiva. Outro ponto que merece atenção é o fato de os papéis para julho estarem cerca de US$ 1 acima dos que têm entrega para novembro. Segundo Dejneka, isso não faz sentido diante os fundamentos, mas o mercado está nervoso. “A decisão da China em direcionar suas compras de soja para os EUA antes do período normal surpreendeu e houve um movimento de elevação nos contratos de julho para tentar racionar a demanda, porque não há estoques suficientes do grão, o que pode piorar se a demanda da China continuar forte”, diz Dejneka, que também é presidente da consultoria PHDerivativos. O milho também registou queda expressiva hoje em Chicago. Os papéis com entrega para julho sofreram uma perda de 36 centavos, a US$ 5,97 por bushel. Dados sobre a evolução do plantio, anunciados ontem pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), apontam que a maior parte das lavouras americanas apresenta condições entre boas e excelentes, o que corrobora a perspectiva de safra farta em 2012/13. Contudo, há a previsão de uma onda de calor sobre o cinturão de milho americano no final de maio. “Isso não preocuparia tanto normalmente, mas este ano o plantio do grão foi antecipado pelo clima favorável e a cultura já está em desenvolvimento, fase em que o tempo quente é mais perigoso”, afirma Dejneka. As negociações de trigo em Chicago também estão às voltas com questões climáticas. Os preços do cereal subiram bastante nos últimos dias, impulsionados pela seca em importantes produtores. Contudo, novas previsões indicam que chuvas em partes da Ucrânia e da Rússia podem reverter os danos às lavouras locais. Assim, os contratos para julho encerraram em baixa de 18,50 centavos, a US$ 6,8550 por bushel. O mercado de trigo possui ainda grande presença de fundos e, por isso, fica mais suscetível à realização de lucros, com os investidores interessados em embolsar lucros após as altas recentes. Para Dejneka, as perdas podem continuar no mercado de grãos em Chicago, já que essas baixas fortes abrirão espaço para operações técnicas (baseadas em análises gráficas), que poderão trazer uma nova onda de vendas nos próximos dias. “Os contratos mais curtos correm mais perigo, porque subiram muito na expectativa da demanda chinesa, e pode haver realização mais forte. Se a China voltar às compras, e não houver nenhuma grande surpresa no cenário macroeconômico, pode haver relativo sustento nos contratos mais longos de soja e milho”, prevê. Copyright © 2012 PHDerivativos, All rights reserved. Você está recebendo este e-mail porque faz parte da lista de distribuição da PHDerivativos Consultoria Internacional. Our mailing address is: PHDerivativos 190 South LaSalle St Suite 1720 Chicago, Il 60603 Add us to your address book

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